Inspirado em Por Enquanto, de Renato Russo.
Pobre Baby Zen, que apanhou na rua. Trouxe para casa um braço puído, uma mochila ferida, as mãos lacrimejantes e nos olhos uma flor. A flor do parque por onde andeja junto aos cachorros que ainda não puderam empreender a fuga no navio. O navio que não quis partir antes de abril, porque só em abril haverá poesia para partir. Baby Zen está triste, as pancadas lhe partiram menos a cara que o coração. Pergunta-me o que mudará ao mudar a estação, porque pensa que de tudo eu sei. Nada vai conseguir mudar o que ficou, Baby Zen, eu lhe digo, na silenciosa intimidade com o infinito e com a ternura resignada de quem diz sim a qualquer sorte. É quando ele vem contar que pensava em mim quando viu chegando a morte. Que pensava em mim quando a morte lhe deu as costas e lhe deixou voltar para casa. E que agora sabia que tudo era pra sempre. Na madrugada acalmo os cabelos em tempestade de Baby Zen, beijo as dores intermitentes dos seus olhos e lhe afago as mágoas nuas no peito. Não posso lhe dizer que não sei o que é para sempre. Talvez seja aquele instante em que ele esquece as feridas e salta sobre minhas costas nuas com suas garras de tigre, com sua sede de náufrago. Fecho os olhos para sentir a dança de Baby Zen, que jamais saberá que o pra sempre sempre acaba.
Pobre Baby Zen, que apanhou na rua. Trouxe para casa um braço puído, uma mochila ferida, as mãos lacrimejantes e nos olhos uma flor. A flor do parque por onde andeja junto aos cachorros que ainda não puderam empreender a fuga no navio. O navio que não quis partir antes de abril, porque só em abril haverá poesia para partir. Baby Zen está triste, as pancadas lhe partiram menos a cara que o coração. Pergunta-me o que mudará ao mudar a estação, porque pensa que de tudo eu sei. Nada vai conseguir mudar o que ficou, Baby Zen, eu lhe digo, na silenciosa intimidade com o infinito e com a ternura resignada de quem diz sim a qualquer sorte. É quando ele vem contar que pensava em mim quando viu chegando a morte. Que pensava em mim quando a morte lhe deu as costas e lhe deixou voltar para casa. E que agora sabia que tudo era pra sempre. Na madrugada acalmo os cabelos em tempestade de Baby Zen, beijo as dores intermitentes dos seus olhos e lhe afago as mágoas nuas no peito. Não posso lhe dizer que não sei o que é para sempre. Talvez seja aquele instante em que ele esquece as feridas e salta sobre minhas costas nuas com suas garras de tigre, com sua sede de náufrago. Fecho os olhos para sentir a dança de Baby Zen, que jamais saberá que o pra sempre sempre acaba.
5 comentários:
Ele não disse que já leu ´Quando Nietsche chorou´?
É sempre bom saber que estamos voltando pra casa. A nave segue seu curso. Retornaremos. (não importa as feridas, retornaremos)
Contraditório, como a paixão?
O blog está lindo, e os textos tão graciosos... tão! Parabéns.
Agora um cheiro.
Lindo... Lulih!
pobre baby zen....
se soubesses que o pra sempre
sempre
acaba....
acabarias...
Postar um comentário