sexta-feira, 16 de abril de 2010

A quem interessar possa...

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Estou com medo de ser queimada viva, junto com o Yashá Gallazzi... Mas não posso deixar de dizer que gostei da crônica do Rogério Borges, aquele que agora todo o meio do mundo sabe quem é. É que quando me perguntam se nasci aqui, eu digo não. Quando me perguntam se sou daqui, eu digo sim. Pois são coisas diferentes. Nasci no Paraná, mas moro no Amapá há 24 anos e três meses. Amo o Amapá, se é necessário dizer, depois das declarações de amor pela Amazônia que tenho publicado em meus livros. E finalmente quando me perguntam se sou escritora, eu digo sou. Como escritora, percebo o valor literário do texto. E o valor do que o Rogério escreveu não está na ideia. Está nas letras. No incrível e delicioso encontro dos signos gráficos.
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Um amigo me disse: Mas quem é que gosta de ser alvo de piada? A loura? O português? O anão? Não concordo com a reação, mas compreendo a reação. A literatura é uma arte incompreendida. Cada vez mais solitária. Os livros que mais vendem não são necessariamente literatura.
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Rogério deve estar lambendo os dedos com o efeito que sua crônica causou. A finalidade óbvia de todo aquele que escreve é ser lido, e ele nunca deve ter sido tão lido antes disso. Eu, que dedico grande parte do meu tempo às maquinações da escrita, sei que é muito bom sentir o efeito que um texto causa, embora nem sempre ele seja escrito pra causar algum efeito.
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Claro que o Rogério foi muito mais lido no Amapá do que em Goiás. O amapaense, por sua reação, promoveu-o a grande cronista, articulista, jornalista. Por aí já o comparam a Diogo Mainardi. Quanta moral! Pressinto olheiros de grandes jornais do Brasil e do exterior já discutindo o valor de seu passe.
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Ouvi falar até de uma investigação da vida do jornalista por parte do Ministério Público do Amapá. Eu, se fosse o Rogério, aproveitava o embalo e emplacava um livro, um belo livro sobre o tema. Se depender dos amapaenses, rapidinho se torna um best seller. É pra isso que serve o ibope.
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4 comentários:

Lucia Lima disse...

Putz Lulih, é isso ai. Fiquei acompanhando esta polêmica e resolvi não dar crédito exatamente porque imgino o sorrisinho satisfeito do carinha com todo esse ibope.

Lulih Rojanski disse...

Lucia Lima...
Tive uma amiga muito querida com esse nome, na infância no Paraná. Bem-vinda ao Ave, Palavra!

Alexandre Alves Neto disse...

Lulih, não achei nada de mais no texto do rapaz. Ele é feroz contra Macapá como podia ter sido com qquer outro tema. É literatura como você disse.
Um abraço e boa semana!!

Rá. Stèphanie disse...

Permita-me dizer que só agora estou tendo contato com a sua escrita e, de antemão, já revelo que apreciei demais.
Eu também não concordo com a reação de muitos, mas compreendo.
E Rogério Borges deve estar realmente satisfeito com tal reação.
Sou daqui, nasci aqui, mas não mostrarei o quanto posso defender este estado só por causa de uma crônica que supostamente foi infeliz ao falar do Amapá e supostamente não me atentei ao valor literário do texto.
Estou cansada de ver no orkut mais e mais pessoas entrando em comunidades que criticam Rogério Borges. Sinceramente, eu penso que fazer isto também nem chega ao ponto de mostrar o quanto defendemos nosso estado, isto chega a um ponto egoísta que é defender a nós mesmos porque nascemos e/ou vivemos neste estado.
Se realmente muitos dos que se revoltaram com a crônica amassem o Amapá, guardariam esta revolta para os problemas que se concentram aqui e buscariam valorizar o que temos de bom por eles mesmos, não por causa deste alarde ocorrido. Bem, não vou me estender mais por aqui. Infelizes aqueles que quiserem queimá-la viva junto com Yashá Galazzi, saiba que pelo menos eu não terei essa vontade, pois vocês têm direito a esta opinião e com justificativas totalmente plausíveis. Queira receber um abraço de quem agora fará parte dos leitores assíduos de seus escritos: eu xD A propósito, tenho um livro seu aqui em casa que nunca li ._. Mas irei ler ^^ Ah! E eu ficaria muito feliz se você pudesse visitar meus blogs: www.raissastephanie.blogspot.com e www.raissastephanie.wordpress.com