Continho para minha mãe
Nas noites mais escuras, sem lampiões nas esquinas castigadas de poeira, extintos já os vaga-lumes na paisagem calcinada pelo sol da eras, sentávamo-nos à beira da rua, nossa mãe apagava a única lamparina da casa e pedia que fechássemos os olhos para ouvir as histórias que ludibriavam nossas dores antigas, nossa fome hereditária e o sono milenar de deus que nos eternizara no esquecimento, até que chegava o momento mágico em que ela nos dava o sinal para abrir os olhos, e então emergíamos da escuridão e dos abismos de toda a vida, para receber, por suas mãos iluminadas, o fabuloso presente do acender da lua.
Nas noites mais escuras, sem lampiões nas esquinas castigadas de poeira, extintos já os vaga-lumes na paisagem calcinada pelo sol da eras, sentávamo-nos à beira da rua, nossa mãe apagava a única lamparina da casa e pedia que fechássemos os olhos para ouvir as histórias que ludibriavam nossas dores antigas, nossa fome hereditária e o sono milenar de deus que nos eternizara no esquecimento, até que chegava o momento mágico em que ela nos dava o sinal para abrir os olhos, e então emergíamos da escuridão e dos abismos de toda a vida, para receber, por suas mãos iluminadas, o fabuloso presente do acender da lua.
8 comentários:
lindo post, num ótimo blog. Parabens por tudo aqui.
Maurizio
Olá, Lulih!
Que lindo presente nos ofereceu com este post! À Mãe que gerou esta filha, muitos parabéns, por tudo!
Beijinho e B.F.S.
Renato
Que bonito!
O texto me fez lembrar que o Wilson Bueno também dedicou Cachorros do Céu à mãe, dizendo assim, no fim do livro: À minha mãe, Cida, essas histórias de bichos urdidas nas noites de nossa vila pequena.
Feliz dias das mãe à nona, e a ti - que és, ou melhor, são - mães e serezinhos muito queridos, que eu amo de paixão!
Maurizio,
Obrigada. Vou passar por seus Instantes e Momentos...
Renato,
Obrigada. A D. Diva merece.
Maria,
Filica, obrigada também... vai no blog Moça, lincado aí ao lado, e vê a homenagem que recebi.
Ave... que lindo, Luli. Bjs!
Tocante, tocante, nada menos que isso. Quase fui às lágrimas, sério. Isto é saber dizer coisas! Tá provado: você sabe. Você enternece. E sua mãe sem sombra de dúvida merece. Parabéns, Lulih.
Márcia,
Merci. Bj.
Neo,
Que bom ver o seu Bonde Andando por estas paragens. Obrigada.
Não lembro se havia lido...
Mas está me parecendo a primeira vez!
Encantada fiquei com a descoberta!
Pois foram essas noites mais escuras,
sob o mágico acender da lua, que
forjaram sua alma, cara amiga!!
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