O corpo veludo pérola do oriente se levanta leve, entre a intenção e o bocejo, no dia líquido de céu turquesa. Ela anda em direção à esquina, e os olhos verde jade, lânguidos da tarde entregue à preguiça, lambem o colar de topázio azul da vitrine. Perde-se parada a sustentar o desejo na língua quartzo rosa, envolta na brisa do mar esmeralda, e se volta à melodia do canto que chega do jardim de pássaros safira. É o fim do crepúsculo opala quando atravessa de volta entre os transeuntes que fogem do anoitecer que se prenuncia em granada castanho. Na sala, abandona-se aos dedos decorados em água-marinha que lhe enfeitam o pescoço com o pingente de ametista, e como em passos de petit ballet, salta felina para o telhado a miar para as estrelas diamantes que cintilam no ônix da noite.
11 comentários:
Uma preciosidade.
concordo. adorei a sonoridade do texto.
There are always three views of a Secret...
Gostei.Musica e dança em um só texto.
A suavidade nas tuas palavras me emocionam até as lagrimas. Abençoada sensibilidade amiga!
de tantas pedras, um cristal.
Lindo o que ta escrito aí ao lado. Tú já viu em música? Interpretado por Ana Carolina, muito lindo!
Ave, Palavra!
Sua personagem tem lindos olhos claros que lambem colares de vitrine.
Posso imaginar que enquanto isso muitos pares de olhos praticam nela bem outra sinestesia, ainda que de certa forma análoga.
Seria assim? Sei lá.
Ela é gata, e sobe no telhado, onde o céu, com suas muitas estrelas preciosas, está uma riqueza que não tem mais tamanho.
Muito bem, Lulih.
Ela arrasa, mesmo.
De olhos no seu texto, passo a apreciá-la.
Gosto.
Colho as suas flores todas.
Maio, junho...que vc tenha flores
para oferecer o ano inteiro!
E que no seu céu de ônix cintilem
sempre estrelas diamantes!
onde está nossa flor de julho?
por onde andas? estou com saudade de tuas belas palavras.
Lulih, estou em Macapá. E mais tarde, a partir das 18h30m, estaremos realizando um encontro de blogueiros, no "Norte das Águas", no Araxá, gostaria de contar com a sua presença.
Beijos.
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