Da série Breves Contos
Tranquei no quarto escuro meu anjo da guarda. Ah, se houvesse uma solitária, uma masmorra... Ficará no quarto por esta noite, suportando meus espelhos esféricos, meu baú de labirintos e o fantasma que na madrugada insiste em libertinagens. É o meu troco por sua negligência, por sua bússola louca que me levou a tantos desertos. Hoje veio me contar que a vida mente, acendeu um cigarro de conteúdo black e disse que também foi ludibriado. Depois se estirou nu no divã e pediu seu bule de vinho das almas. Anjo herege e sem caráter... Ficará aprisionado enquanto pinto as unhas, enquanto enfeito o corpo em transparências e decoro o colo em pedras e metais. Se me perguntar para onde vou, lhe direi a verdade: ao inferno propor uma contradança.
9 comentários:
Putz! que inveja santa.
Como eu queria escrever breves contos assim...
Tão...tão Debussy...
Lulih!
É de uma subtileza tamanha que nos faz sonhar com estas lindas nuances!
Muito bem escrito a fazer inveja a Bete, mas não só!
Beijinho,
Renato
Olá! Passeando por ai, cheguei até aqui. E que bom! Já atualizada de vc, vou mas vou voltar. Abraços, meus.
BETE, adorei a comparação!
RENATO, sutileza é um dos detalhes que mais aprecio. Obrigada por achar que possuo.
KIARA, obrigada por chegar. Volte, sim.
Não é um poema mas é pura poesia. Agradeço pelo link com o Infinito Particular. Beijos.
Lulih, hoje, não vou comentar o seu post, estou passando para lhe dizer que há um presente para você, lá no blog. Passe lá. Beijos e tenha uma ótima semana.
ERNÂNI, obrigada pelo presente. Já colei o selo na coluna lateral deste blog. Minhas indicações são estas que estão aí, na coluna Outras Palavras e na Mais Palavras...Uol, que somam exatamente quinze. São os blogs que curto. Um abraço.
E eu digo em dois tons: Mamma mia!
Maravilhoso...
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