quinta-feira, 25 de setembro de 2008


Primeiro Maiakovski escreveu...

“Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.”

Depois dele, veio Bertolt Brecht e escreveu...

"Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."

E eu, que não escrevo nada em verso, às vezes nem em prosa, digo apenas...

Formidável!

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3 comentários:

Anônimo disse...

Nas feridas... Gostei. Bastante.

Anônimo disse...

Mas, por falar nas feridas, eu caí de bicicleta essa semana. Crês nisso?

Fábio Luis Neves disse...

Em prosa escreve sim, e muito!!

Luli, acho que faltou o Willian Blake para completar o tripé. Pra mim esses três é que tocaram melhor na "ferida" (Maria).