
“Um homem precisa primeiro soltar-se da placenta original, entre nódoas de sangue e lágrimas, em meio aos calores surgidos do atrito ainda desconhecido da pele, e rumar ao sol, à luz inaudita e abrasadora de um sol que cega os olhos inertes e desabituados a ver, para depois de novo ser afogado nas fezes, já liberto e uno, os joelhos sobre a grama dos jardins da primeira infância, gritos de prazer inocentes varando noites e os ouvidos do pai, os inebriantes fedores maternos ocupando todo o espaço em torno e então conviver com os pesares do crescimento, a espinha dorsal despontando ao céu, para assim outra vez estar só, habitando o mundo, solitário, com a vida apenas para si, e depois novamente se unir a outro corpo, em busca daquela dualidade da origem, e misturar-se com ele, para então mais uma vez cindir e se ver sozinho. Na merda.”
Um comentário:
Mãezinha, eu vou estar contigo sempre.
Te amo. Tô com saudade.
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