Basta, João, basta de tocar violão na minha porta. Não quero ouvir mais esses teus acordes mal tocados, porque eles me doem no sangue. Se pelo menos tu soubesses, João, tocar uma promessa de noite enluarada, como consolo às intermitências da solidão. Mas tu só sabes dizer desse amor que não quero te dar, dizer que queres te matar. Pois quanto mais tu tocas menos te quero e mais estou só... E sempre esta música que diz que nunca chegas a mim! Tu não me fazes feliz tocando, João. Pra falar a verdade, tu tens sido o meu inferno. Se quiseres te matar, eu não ligo, mas não é justo que passes as noites trazendo de volta no desvario destas notas as coisas que foram e nunca mais serão. Cala essa tua música doída, porque não posso mais fechar a porta da rua, por onde espero a chegada de um dia melhor. Pensando bem, não te mates. Não te mates nunca, que eu até que te gosto. Apenas não toque mais, João.
4 comentários:
Estou cada vez mais fã do teu blog. é sempre bom se deliciar com vida inteligente na literatura amapaense. você é maravilhosa Luli. Enfim, sem mais palavras...
Que coisa boa ! Então o botão liga-desliga consertou-se ? Alvíssaras ! Abraços e lembranças à toda a família. Z.
Que bom que tu voltaste.
Um cheiro. Te amo
De onde sai tanta criatividade? Belo texto, coeso, intimista e instigante!
Postar um comentário