sábado, 8 de setembro de 2007

A propósito da primavera – embora eu tenha a impressão de que em minha casa entre todos os dias um outono renitente – o amigo Caio, ou Z, como Maria gosta de chamar, veio me emocionar nesta manhã de sábado com um poema deixado na caixa de comentários da postagem anterior. Um poema delicado como as “chuvas suaves” que têm vindo na madrugada prosear com meu sono, como as “andorinhas adejando” pela atmosfera rosada das tardes de minha janela. Eis...


There will come soft rains
Sarah Trevor Teasdale – 1920

"Chegarão chuvas suaves e o perfume do solo,
E andorinhas adejando, com seu canto estridente.
E sapos nos charcos cantando de noite,
E ameixeiras silvestres, trêmulas e pálidas.
Todos vestirão sua plumagem de fogo,
Assoviando suas fantasias numa cerca baixa.
E ninguém saberá que há guerra,
ninguém se preocupará quando ela tiver fim.
Ninguém se importará, seja pássaro ou árvore,
Se a humanidade perecer totalmente.
E a própria primavera, quando despertar ao amanhecer,
Nem suspeitará do nosso próprio desaparecimento."

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Segue o original :

"There will come soft rains and the smell of the ground,
And swallows circling with their shimmering sound;

And frogs in the pools singing at night,
And wild plum trees in tremulous white;

Robins will wear their feathery fire,
Whistling their whims on a low fence-wire;

And not one will know of the war, not one
Will care at last when it is done.

Not one would mind, neither bird nor tree,
If mankind perished utterly;

And Spring herself, when she woke at dawn
Would scarcely know that we were gone."

Sara Teasdale

Beijos e �tima semana a todos.
Caio