Embora tenham acontecido também coisas que me proporcionaram extrema felicidade, de qualquer modo já vais tarde, 2007! Estou em férias, volto em janeiro. Vou viajar, levar livros na bagagem, poesia no coração, e sobretudo a decisão de nunca mais correr atrás de uma borboleta - mas cultivar meu jardim para que muitas borboletas venham. “A vocês eu deixo o sono. O sonho, não! Este eu mesmo carrego!”
E para agradecer pelas visitas e alegrar os coraçõezinhos dos meus quatro ou cinco leitores, deixo um pouco do alento de Caio Fernando Abreu...
Alento
Quando nada mais houver,
Alento
Quando nada mais houver,
eu me erguerei cantando,
saudando a vida com meu corpo de cavalo jovem.
E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e a minha voz à doce voz do vento.
Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio,
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi,
cantos de espera pelo que há de vir.